sábado, 29 de junho de 2013

PROGNÓSTICO


Doutor, não me diga
Quanto tempo
Ainda tenho de vida
O pouco que tive
Já foi muito sofrida
Sei que não vim
Só com passagem de ida
A volta é certeira
Cedo ou tarde
Tenho que achar a saída

E o que vai me levar
Não é essa ferida
Vai ser a maldita
Paixão não retribuída
Essa sim
Dói feito mordida
Me consome dia após dia
Apressando minha partida
E quando penso que passou
Aí vem a recaída
Não tem jeito, não tem cura
Faz de mim um suicida

Por isso, Doutor,
Por favor, não me diga
Quanto tempo
Ainda tenho de vida.


Má Antunes, 29/06/13