Abraçava a terra como quem abraçava o mundo.
O corpo entregue lhe permitia sentir um sabor que jamais provara antes: gosto fértil; gosto doce.
O odor de terra molhada o inebriava feito perfume raro.
Os olhos fechados o faziam perder a percepção da dimensão daquele espaço.
Quanto tempo sonhou com aquele momento.
Agora era sua, somente sua. Ninguém o tiraria dali.
Estava feliz, apesar de ter sido enterrado como indigente.
Má Antunes, 15/06/2011
Que bonito, Má! Através de uma analogia muito inteligente, de belas figuras e de um texto muito bem construído, visualiza-se uma cena quase cinematográfica. Tem algumas semelhanças com um texto meu ("Azul"), embora mais conciso.
ResponderExcluirbeijo, amiga!