Doutor,
não me diga
Quanto tempo
Ainda tenho
de vida
O pouco
que tive
Já foi
muito sofrida
Sei que
não vim
Só com passagem
de ida
A volta é
certeira
Cedo ou
tarde
Tenho que
achar a saída
E o que
vai me levar
Não é
essa ferida
Vai ser a
maldita
Paixão
não retribuída
Essa sim
Dói feito
mordida
Me consome
dia após dia
Apressando
minha partida
E quando
penso que passou
Aí vem a
recaída
Não tem
jeito, não tem cura
Faz de
mim um suicida
Por isso,
Doutor,
Por
favor, não me diga
Quanto
tempo
Ainda
tenho de vida.
Má
Antunes, 29/06/13
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