quinta-feira, 4 de julho de 2013

ENTREGA


A castidade em que me guardo 
É o fogo que te consome
E faz arder em tuas veias
O desejo pecaminoso
De acordar meus demônios
E o sonho
De adormecer em meu colo 

À distância sigo teus passos
E sem perder o compasso, 
Equilibramos na corda bamba 
Da linha do tempo.

E a vida pende
Entre a loucura de viver incertezas
E a solidez de uma realidade morta

Mas não fecho essa porta
Abro os braços para um salto mortal
Atirando minha escassez
No poço dos teus desejos
Ávida apenas por um beijo
E pouso suave toda minha espera
Na voracidade da tua fome
Tornando-nos uno de alma e de carne
Tornando-nos
Um alguém que não tem nome


Má Antunes, 03/07/2013.

Um comentário:

  1. A verdadeira colisão entre a carne e o espírito, quando as manifestações de ambos vem com força, e nós os hospedeiros nos deixemos levar por sua força, sem sacrifícios, mas com gozo intenso.

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