terça-feira, 29 de março de 2011

DESENCONTROS


Não sei se cheguei tarde
Ou se foi cedo demais
Pra oferecer uma canção
Lançar meus jogos mortais

Sob o meu corpo
Só uma sombra
E o teu cheiro
No meu jardim

Em pratos rasos
As tuas sobras
No coração
A dor que dói sem fim

Entalhei na minha pele
Sua expressão indiferente
Para poder me convencer
Que para sempre será ausente

Fecho meus olhos
Apago sonhos
Calo a angústia
Do meu viver

Tranco o silêncio
Versos componho
Cuspo palavras
Pra não sofrer

Já troquei as fechaduras
Pra ninguém mais poder entrar
Já me vesti com armaduras
Para poder te esperar

Embalo a dor
Com o seu canto
Na esperança
De adormecer
Curo a saudade
Com o meu pranto
Sufoco o amor
No meu louco querer

Não sei se cheguei tarde
Pra declarar o meu amor
Vou esperar por mais um dia
Esperar até o sol se por

Má Antunes, 27/03/2011.

Um comentário:

  1. Há esperas que nunca se acabam e encontros que jamais esperam... E há poetas e poetisas que sangram essas emoções.

    Bom te ler, amiga!

    Beijo.

    ResponderExcluir