Em sonhos livres de amor pelo sertão
E nas mãos carregando um grande fardo
Uniram-se os três grandes irmãos
Villas Bôas: Orlando, Cláudio e Leonardo
No desbravo de territórios em branco
Marcados pelo mapa do Brasil
Marcharam para o oeste em firme bando
Bravos guerreiros em ato tão servil
Através da Fundação Brasil Central
Que Expedição Roncador-Xingu se fez
Qual criou o Governo Federal
Em 1943
Um quartenário durou essa história
Que só Rondon foi capaz de tal façanha
Contou Darcy Ribeiro em suas memórias
“Vidas belas jamais se viu tamanha!”
Em ousadas aventuras se lançaram
Por matas e campos indevassados
Pelos rios e em aldeias se embrenharam
A procura de índios intocados
Em 2002, no início do verão
Partiu o último deixando seu legado
Aos índios: respeito, amor e preservação
Herança de Orlando, Cláudio e Leonardo
No Alto Xingu, em 2003, tribos infantes
Os “caraíbas” receberam em honraria
Índios vindos de áreas tão distantes
Pra cerimônia sem a qual não ficaria
E na aldeia Yawalapiti de reuniram
Pr’o “Ultimo Kuarup” em celebração
Num ritual para aqueles que partiram
Deixando ao mundo esta tão grande lição
Poema baseado e inspirado no texto “A Marcha para o Oeste” do fotógrafo e documentarista Renato Soares e composto em homenagem aos irmãos Villas Bôas e aos cinqüenta anos da criação do Parque Indígena do Xingu.
Má Antunes, 23/02/2011.
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