segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

INJÚRIA



Hoje, lembrei-me daquele dia
Em que no altar pra mim olhavas
Em minhas mãos tu seguravas
E um grande amor me prometia

E eu, pura, inocente, sorria
De véu e grinalda vestida
Nas mãos, buquê de margaridas
Jurei que por você morreria

Juntos viverão em harmonia
Esta mulher farás contente
Serás fiel eternamente,
Rezava o padre na homilia

Ah! Como eu não sabia
Que falsa promessa tu juravas
Quão grande dor que me esperava
Quão curta era minha alegria

Houve muita festa e cantoria
Fartura de bebida e comilança
Parecíamos duas crianças
Dançamos até raiar o dia

Tentando disfarçar sua agonia
Tomou-me nos braços de mansinho
Em núpcias, conduziu-me com carinho
Amou-me com grande euforia

Após momentos de magia
Que com suavidade me tocou
E em mulher me transformou
Nos braços teus eu adormecia

Ao acordar, chorei em histeria
Ao ler o bilhete sobre a cama
Lançando meu nome na lama
Apenas minha pureza tu querias

Má Antunes, 31/10/2011.

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