domingo, 3 de outubro de 2010

ATIRA-DOR


Uma lança afiada meus olhos acerta
De ti nada vejo, minh’alma liberta
Cega, tateio buscando carinho
Faço teu rumo o meu próprio caminho

Outra lança certeira fere-me as mãos
Que deixam tua mente e teu corpo sãos
De rubro, com sangue, tinjo tua face
E em teu semblante minha imagem desfaz-se

Com maestria acerta-me o peito
E meu coração, sempre alvo perfeito
Teus braços procuro, meu porto, meu cais
Encontro o vazio, as dores fatais

O último lance fere-me a alma
Tirando-me a vida, os sonhos, a calma
Sigo perdida em busca de cura
Insisto em meus dias a tua procura


Má Antunes, 11/08/2010.

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