segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FRUTO PROIBIDO


Mergulho nesse orifício
Sorvendo o néctar dos deuses

Repouso suave
Nesses gomos macios
Doces como a tâmara
Ardentes como a brasa
Perigosos como a morte

Mas morreria
Só para ir ao teu céu
E tocar com a ponta da língua
As estrelas do teu pálato

Beberia até a última gota
Do veneno que destilas
Mordendo esse fruto proibido
Que me conduz ao paraíso
Tirando-me do inferno
Da solidão que me angustia

E sugaria essa seiva
Extraindo do tronco
O mais puro látex
Na esperança
De selar teus lábios nos meus.

Má Antunes, 18/10/2010.

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