domingo, 3 de outubro de 2010

INDIGENTE
















“Era uma casa/Muito engraçada/Não tinha teto/Não tinha nada”
Vinícius de Moraes

Não tem parede
Não tem janela
Sem cobertor
Televisão

Não tem comida
E nem panela
Não tem sequer
Uma ilusão

Tem como o chão
Só a calçada
E como o teto
O minhocão

Onde a criança
Sofre calada
Pedindo esmola
Sem dó e perdão

Ainda menina
Oferta o corpo
Na esperança
De mais um dia

Que um alguém
Lhe dê um troco
E não ficar
De mão vazia

Qual o futuro
Da nossa gente
Sem fantasia
conto-de-fada

É de viver
Como indigente
E de engraçado
Não tem é nada

Maria do Carmo Antunes, 08/06/2010.

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